segunda-feira, 26 de agosto de 2013

saudades cartesianas

Sabe de uma coisa,
eu não sinto tanta saudade assim de você.
Eu não sinto tanta saudade de você
quanto sinto do seu cheiro
E também não a sinto
tanto quanto sinto dos seus finos dedos.
Menina, vou te contar
que as saudades de você nunca foram grandes o suficiente
para se comparar
às saudades que sinto da sua pele branca salpicada por pintinhas
e do seu curto cabelo.
Acredite quando digo: eu não sinto tanta saudade de você.
Não sinto!
Não sinto! e não sinto!
Elas são bem menores 
do que as saudades enormes
que sinto do seu beijo
do seu sono
do seu colo
do seu riso 
e mesmo do seu choro.
E saudades que são
não são tão grandes pelo todo sentidas
quanto pelos detalhes doídos
como quando sinto-as pelo seu coração.
Sabe de uma coisa...
eu não sinto tanta falta de você
como quando sinto do seu abraço
do sossego que sentia ao seu lado
e da tranquilidade do amor que por mim você sentia
(e que era maior do que as saudades que eu tinha
quando do seu lado saía)
Na verdade,
eu não sinto tanta saudade de você
não e não.
Não sinto tanto sua falta assim
quanto sinto de cada pedacinho seu
que somados fazem com que as saudades que sinto
sejam maiores do que de você-inteira
e menores do que todo amor que ainda há em mim.

3 comentários:

  1. ontem descobri que o choro da saudade era o mais belo dos choros.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. e o mais doído também. mas eu continuarei aqui. toda noite eu converso contigo.

      Excluir