segunda-feira, 10 de junho de 2013

C.

O nome dela surte em mim o mesmo efeito que têm aquelas personagens de livros que nos marcam: quando eu o ouço num contexto qualquer ele traz consigo todas as reminiscências que se possa imaginar. Este nome aglutinou consigo o mesmo número de significados que possuem uma Gilberte, uma Charlotte, uma Elizabeth... eu somente não tenho tanta propriedade para escrever sobre ele como fizeram Proust, Goethe ou Austen. Eu sou hoje uma teia não muito eficaz, pela qual passa todo tipo de conversação sem que delas eu nada apreenda, mas ele nunca a transpôs, pois sempre o retenho em meus ouvidos e como se conhecesse o caminho, ele entra e promove em meu coração toda sorte de sentimentos. Na miscelânea de emoções na qual ele está contido, ouvir sobre felicidade, sobre carinho, sobre saudades, é o mesmo que ouvir C. Seu nome é a saliva que engulo seca ao ouvir uma música (e desejar ter um reino para trocá-lo por um beijo em seu ombro), é o calor que sinto quando me lembro do seu abraço, é a minha prece diária. Mais do que uma palavra, ouvi-lo nunca está isento de reavivar meu ser e me lembrar duma época onde eu, curiosa e providencialmente, o substituía pelo seu maior sinônimo, chamando-a simplesmente de “amor”.

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