sábado, 22 de junho de 2013

flutuei

Flutuei. Como se me desprendesse do meu corpo, repassei todo o seu caminho, visando-a de uma forma panorâmica e distingui todos os sinais da ternura que inundavam as pedras por onde pisávamos. Sofri de amor, mais uma vez. Encolhida no canto que tanto me acolhe, lembrei-me das frases ditas e dos beijos agora insuficientes para abrandarem um coração que não deixa de flutuar. Entorpecida pelas relações mundanas, ascendi ao que era dia e meus sentidos encerraram-se na introspecção que foi pensar em você. Sinto muito, mas preciso ir embora. Para quê? Flutuar. E novamente desafiei aquela amarga sensação de vazio somente para visitar você dentro de mim. Às vezes, antes de entrar, penso que não vale a pena sofrer e hesito, mas quando flutuo, ah! Como é linda a vista daqui de cima. Então, sigo. Sofri de amor, mas depois leio um livro ou vejo um filme e então me distraio. Ver-te daqui não é tão bom quanto quando te observada antes, na distância de nossas bocas encostadas, mas flutuar sobre você é bonito demais, você é bonita demais. Flutuar sobre você é o mais próximo que consigo chegar de Deus. Flutuei.

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