sábado, 25 de maio de 2013

a perpetuidade do efêmero

Sonhei com ela noite passada. Estava eu andando pela calçada de uma avenida, as pessoas agitadas porque a chuva começava a cair aos pouquinhos; continuei no meu passo até que senti uma mão pousar sobre meu ombro, me virei e lá estava ela, atrás de mim e ao vê-la minha totalidade - braços, pernas, pele, rosto, cabelos... tudo - resumiu-se em coração. Naquele momento, eu somente pulsava. Meu choque cumpriu o lapso temporal de um estudo que fala que somente exprimimos verdadeira surpresa por no máximo cinco segundos após o acontecimento e deu lugar a um sangue doce que começou a me corar de vida novamente, ali, naquele devaneio do meu inconsciente, de frente pra ela. Sorrimos uma pra outra, de forma sincera, dois sorrisos de quem se reconhece no meio de "uma festa estranha com gente esquisita" e o sonho, reticente como tinha de ser, terminou: com a sua mão inerte e meu ser, revolução.

Sonhos duram segundos, se muito minutos, mas aquele durou uma vida resumida na simplicidade e rapidez de um sorriso. Depois, não houve mais nada. Desaparecemos na minha mente, insuscetíveis a qualquer desejo de que houvesse algum desfecho para aquele reencontro, até que nalguma outra noite eu a reveja e reviva o Interminável na brevidade de um cumprimento, de um abraço, de um aceno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário