sexta-feira, 10 de maio de 2013

tudo que importa

Sabe, eu não queria nada além dela aqui do meu lado, corpo mole de sono, com seu dedão do pé encaixado no meu. Não queria nenhum lugar do mundo que não fosse uma cama dividida com ela, em que estivéssemos bem cobertas e desenvolvêssemos conversações bobas e espontâneas. Não desejaria nada que não fosse a mão dela na minha, sentindo os nós dos seus dedos e acariciando sua palma, não pediria nada além do seu rosto no meu colo, motivo pelo qual me faria vez'enquando interromper o cafuné pra pedir um beijo. Não me importaria nada que não fosse acordar e vê-la ao meu lado, abraçá-la forte e voltar a dormir, não me importaria nada que não fosse procurar encostá-la de alguma maneira, ainda que no mindinho, quando as circunstâncias não permitissem qualquer toque. Entenda que eu não pediria nada senão ter a segurança dos seus braços e a serenidade de suas expressões, não me faltaria nada se me fingir de brava por ela me apertar fosse a única coisa artificial da minha vida agora. E eu estaria satisfeita por nos apressarmos para chegar em casa para enfim ficarmos juntas.

Estamos sempre desejando algo mais: quando tê-la perto era possibilidade, desejava que o tempo corresse para que pudesse encontrá-la; quando estar com ela era a realidade, desejava que aquilo nunca acabasse; agora que não há nenhum dos dois, desejo dormir toda vez que me recordo que não posso mais desejá-la.

Sabendo que com tudo isso não me faltaria nada, ainda bem que sabia que isso era tudo quando o tive.

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